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6 de out. de 2011

EPL - Empresa de Planejamento e Logística

          A EPLEmpresa de Planejamento e Logística, criada em 2012 pela presidente Dilma Rousseff, ganhou os holofotes ao conduzir um projeto de um trem-bala que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro, a um custo bilionário - uma megalomania que acabou fracassando. Se o projeto iria custar caro, a passagem não seria diferente. Provavelmente o valor do ticket iria afugentar a massa que faz o trajeto de ônibus ou de carro, quando com mais de um ocupante.
          A EPL nasceu de fato em 2010 (governo Luiz Inácio Lula da Silva), primeiro como Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. – ETAV, cujo propósito era o desenvolvimento do trem de alta velocidade, integrado com as demais modalidades de transporte. Em 2012, já sob a gestão de Dilma Rousseff, a empresa foi renomeada para Empresa de Planejamento e Logística S.A – EPL e teve seu objeto ampliado para, além de desenvolver o trem-bala, subsidiar o planejamento de outras modalidades de transporte por meio da prestação de serviços na área de projetos, estudos e pesquisas. Ao criar a empresa, Lula autorizou a União a garantir o financiamento de até R$ 20 bilhões entre o BNDES e o futuro concessionário do TAV Rio-São Paulo para administrar o projeto, que foi depois abandonado.
          É comum vermos candidatos, como foi o caso de Dilma Rousseff, prometer coisas impossíveis, como foi o caso do trem-bala Rio São Paulo, que abriu escritório no Rio, contratou funcionários, e nunca alguém sequer imaginou que a obra pudesse ser concluída, nem mesmo iniciada. Um grupo de autoridades chegou até a percorrer um trecho da Supervia, antiga Central do Brasil, dentro da cidade do Rio de Janeiro, que seria leito do trem-bala. Resultado: foram atacados a tiros por bandidos ou milicianos (no Rio nunca se sabe direito quem é quem) e tiveram de se jogar no chão do vagão, para não ser atingidos. Não deixou de ser um trem-bala. Muito antes de um país ter seu primeiro trem-bala, ou TGV (Train à Grande Vitesse, como na França), ou Shinkansen (como no Japão), ele já teria que ter malhas ferroviárias completas, sendo o trem-bala a cereja do bolo.
          Quem achou que o custo iria ficar apenas no valor do projeto se enganou. Nem sinal do trem mas a empresa continua aberta. Desde novembro de 2016 quem ocupa a presidência da EPL é o engenheiro José Carlos Medaglia Filho. E se existe uma presidência, existe toda uma estrutura por trás, cujo custo giraria em torno de R$ 70 milhões anuais, quase metade para pagar salários e encargos de 140 funcionários e fornecedores.
          Medaglia tenta desempenhar a missão de planejar a logística do país no longo prazo, fala em eliminar gargalos em rodovias e ferrovias, em diminuir o custo com a logística, mas ainda não explicou como fazer isso.
          A empresa desenvolve estudos e projetos de transporte, com a finalidade de possibilitar economias para a União em investimentos na área. Durante toda a sua existência, a empresa só registrou prejuízo.
          Um plano estaria sendo elaborado para investimentos até 2025 de dezenas de bilhões de reais que, fundamentalmente, viriam do setor privado. É aguardar o plano e ver se dessa vez será colocado em prática.
          Em 19 de outubro de 2020, o Ministério da Infraestrutura informou que vai unificar duas estatais que estão sob o seu guarda-chuva: a Valec, responsável por construir ferrovias, e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que auxilia os estudos e projetos de concessões de infraestrutura.
          A EPL ficou conhecida como a estatal do trem-bala, já que foi criada (em 2012) para implementar o projeto do trem que nunca saiu do papel.
(Fonte: revista Exame - 06.12.2017 / jornal Gazeta do Povo - 20.05.2018 / IstoÉDinheiro - 03.12.2018 / Gazeta do Povo - 28.10.2020 / Os Mercadores da Noite - INV - 10.02.2024 - partes)

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