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6 de out. de 2011

Cerveja Leuven

          A cervejaria Leuven foi fundada pelos irmãos Alexandre e Fernando Godoy, em 2010, em Piracicaba, interior de São Paulo. Em 2014 eles se juntaram à família Barreira. Com a união de forças, vieram também a revisão de processos e a energia para realizações como a da bem-sucedida campanha de marketing, nascida na agência digital Flex Interativa, de propriedade de um dos sócios, Fernando Godoy.
          Há apreciadores da cerveja Leuven que veem dragões rodeando a garrafa. Não é porque estejam embriagados. Ocorre que, para divulgar a sua linha de estilos, a cervejaria utiliza a tecnologia de realidade aumentada. A iniciativa, lançada em dezembro de 2016, deu tão certo que virou um hit em redes como o WhatsApp.
          O rótulo antigo era clássico e precisava ser repaginado para o novo momento da Leuven. A Flex trouxe elementos medievais, pelo fato de Leuven ser uma cidade medieval da Bélgica (em Leuven, fica a sede da Inbev). Quando chegou o primeiro rótulo, o dragão voando em volta da garrafa, todos acharam muito interessante, mas não se imaginava que teria uma repercussão tão grande.
          Mas essa é apenas uma das transformações que a empresa paulista está operando. Uma das mais significativas ocorreu no final de outubro de 2017, quando a Leuven abriu o capital e incorporou quase uma centena de novos sócios. Em uma operação regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), instituição que fiscaliza os movimentos na Bolsa de Valores, a cervejaria paulista realizou crowdfunding de investimento, via plataforma Broota. A inspiração do crowdfunding é a escocesa BrewDog, hoje com 55 mil acionistas.
          A capitalização foi de R$ 1,5 milhão. Naquele momento, entraram no quadro social mais 95 sócios, que representam 23% do capital. Gustavo Barreira dedicou um ano para montar a operação. Para isso, utilizou a expertise como CFO (Chief Financial Officer, ou seja, diretor financeiro) em um fundo de investimento. E explica: quem investiu comprou ações da empresa, então se tornou acionista. Como acionista, tem direito a dividendo, que será distribuído a partir do terceiro ano. Também tem direito à valorização da empresa. Se lá na frente a Leuven estiver valendo mais, ele poderá vender a ação e lucrar, explica Gustavo.
          O objetivo principal para o reforço do capital é construir a nova fábrica. A obra está prevista para começar em janeiro de 2018 e estar concluída no meio do ano. As novas instalações preveem dois tanques reservados para uso dos novos sócios, um atrativo adicional para os cervejeiros caseiros entre os novos investidores. Além dessas vantagens, os novos acionistas ganham desconto na cerveja (20%).
          Para ajustar as receitas (das cervejas), foi contratado o mestre-cervejeiro Ilceu Dimer, um dos mais conhecidos e premiados no cenário cervejeiro no Brasil. Em um processo "longo, delicado e gradual", ele começou a desenhar mudança de receita em setembro de 2016. No início, passava duas semanas por mês em Piracicaba. Agora, vai uma semana por mês. A Leuven tem em seu portfólio oito estilos: Golden Ale, Red Ale, Witbier, Dubbel, Belgian IPA, Dubbel Cacau, Pilsen e Fruit Bier (em lançamento), todos também servidos na forma de chope.
          Karin Nohra de Moraes, mulher de Gustavo e sócia da empresa, cuida do dia a dia da companhia e acumula funções como o comercial e a gestão.
          Considerando dados de abril de 2019, a Cerveja Leuven já realizou três rodadas de investimentos, chegou a marca de 300 sócios e R$ 4,5 milhões de investimentos captados pela internet, através da plataforma Kria. As possibilidades nos investimentos vão muito além da simples captação de recursos de seus investidores. Após o aporte, os investidores também chamados de “Knigts” (cavaleiros), também passam a colaborar voluntariamente com outros atributos como a atuação de embaixadores da marca, apoio para abrir novos mercados e afins.
(Fonte: Beer Art - Portal da cerveja - 11.12.2017 - Altair Nobre - parte) 

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