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6 de out. de 2011

Gol (linhas aéreas)

          A empresa aérea Gol é a representante no Brasil de um modelo de negócio que aterroriza as concorrentes tradicionais. Concebido pela americana Southwest, nos anos 1970, o low fare, low cost (baixa tarifa, baixo custo) conquistou o mundo.
          Em 2000, o empresário Constantino de Oliveira decidiu fundar a empresa. Na época, a Vasp havia paralisado suas operações internacionais e demitido uma tripulação experiente. A Transbrasil, em fase terminal, logo deixaria de voar. A crise na Varig se aprofundara de maneira irreversível. Com isso, a Gol poderia contratar o essencial para uma companhia aérea: gente especializada - pilotos, engenheiros, comissários e mecânicos. A empresa foi montada em apenas sete meses com aviões novos e pilotos experientes, uma boa combinação.
          Nenê Constantino, como é chamado o patriarca, chegou a cogitar a aquisição da Transbrasil, mas, segundo suas palavras "Deus me ajudou e não compramos". Depois, ficou sabendo que empresas de baixo custo e baixas tarifas faziam sucesso lá fora e mandou que seus filhos fossem visitar duas delas, só as que davam lucro. Convencido da viabilidade do negócio, investiu 26 milhões de dólares para abrir a Gol.
          Mineiro da cidade de Patrocínio, há tempos mora em Brasília com a mulher, Áurea, que batiza seu grupo empresarial e com quem tem sete filhos. Nos anos 1950, numa viagem a Recife, como motorista, para entregar uma partida de manteiga, alguém lhe sugeriu que trouxesse na volta paus-de-arara. Depois que entendeu o significado da expressão, improvisou a carroceria com bancos e começou a recolher o dinheiro dos migrantes. Da Expresso União, sua primeira empresa, que ligava Patrocínio a Belo Horizonte, à aquisição de outras 35, acabou por se tornar o maior cliente mundial da Mercedes.
          Patriarca de um clã que fez fortuna no mercado de transporte urbano e chegou a deter uma das maiores frotas mundiais de ônibus, Nenê Constantino escolheu Constantino Júnior, o sexto dos sete filhos, para presidir a nova empresa por sua desenvoltura no inglês. É um idioma essencial na atividade. Tempos atrás, Júnior morou em Londres. É também um piloto de automobilismo, tendo competido na Fórmula 3.
          Em quatro anos (até meados de 2004), a Gol alcançou participação de mercado de 19,2%, com 22 aviões na frota, formada por Boeing 737-700 e 737-800.
          Em setembro de 2006 a Gol teve a queda de um Boeing 737, no voo 1907. Mas, foi alguns meses depois que a empresa teve o início de uma derrocada. No dia 28 de março de 2007 ela anunciou a compra da Varig por US$ 320 milhões. A aquisição parecia um ótimo negócio. Primeiro, porque era a maneira mais eficiente de aumentar sua presença no aeroporto de Congonhas, então o mais movimentado do país, onde a Varig era dona de 120 slots (autorizações de pouso e decolagem). Ao mesmo tempo, a compra permitia avançar ferozmente sobre a concorrência - a TAM era a principal operadora de voos em Congonhas. Por fim, a compra permitiria acrescentar as rotas internacionais e a marca Varig, com seus 80 anos de existência.
          A aquisição da Varig, porém, mostrou-se um mau negócio. A gastança teria começado em meados de 2007, quando a Gol teve de encomendar aviões para operar as rotas internacionais da Varig. Quando o negócio foi fechado, a Anac determinou um prazo de 180 dias para que todas as rotas operassem normalmente, período considerado curto. A Gol teve de adquirir aviões antigos, que, além de consumirem muito combustível, não traziam o conforto que os concorrentes ofereciam. Outro problema, que atingiu todo o setor, mas a Varig em especial por causa de seus aviões antigos, foi o aumento do preço do combustível. Quando a Gol foi fundada, em 2001, ele representava 17% do gasto da empresa. Passou a 43% em agosto de 2008.
          A demora em unir as duas empresas também foi prejudicial. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) só autorizou a compra da Varig pela Gol em junho de 2008, 15 meses depois do anúncio da compra e a empresa teve de custear duas estruturas. Para amenizar, as duas marcas correram para voar com apenas dois tipos de aeronave. Mesmo que a marca Varig continuasse existindo, o processo de cancelamento de rotas intercontinentais foi colocado em curso. No início do mês de setembro de 2008, a Varig fez o último voo para Paris.
(Fonte: revista Exame - 07.07.2004 / revista Época - 08.09.2008 - partes)
A MAP Transportes Aéreos foi fundada em 2011.
          Com dados referentes a junho de 2021, a MAP é a quinta maior aérea brasileira, com uma frota de sete aeronaves ATR com 70 assentos que operam em rotas domésticas da região amazônica a partir de Aeroporto de Manaus e nas regiões Sul e Sudeste a partir de Congonhas em São Paulo, o maior aeroporto 
doméstico do país.
          Em 8 de junho de 2021, a Gol Linhas Aéreas anunciou a aquisição da MAP Transportes Aéreos, por R$ 28 milhões em dinheiro e ações. Segundo a empresa aérea, o pagamento será composto por 100 mil ações GOLL4 a R$ 28/ação e R$ 25 milhões em dinheiro a serem pagos em 24 parcelas mensais, após cumpridas todas as condições precedentes. Concluído o negócio, a companhia assumirá até R$ 100 milhões de compromissos financeiros da MAP. A conclusão da transação, afirma a empresa, ainda depende de determinadas condições, incluindo aprovações e confirmações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
          A MAP foi fundada em 2011 é a quinta maior aérea brasileira, com uma frota de sete aeronaves ATR com 70 assentos que operam em rotas domésticas da região amazônica a partir de Aeroporto de Manaus e nas regiões Sul e Sudeste a partir de Congonhas em São Paulo, o maior aeroporto 
doméstico do país.         
          Em fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o CEO da Gol, Paulo Kakinoff, ressalta que "esta aquisição é um passo importante da nossa estratégia de expansão de malha e capacidade, à medida em que buscamos revitalizar a demanda por viagens aéreas de lazer e a negócios". Com a aquisição, a Gol reforça sua liderança em duas das suas principais bases, com crescimento em Congonhas (SP) de aproximadamente 10%, com a adição de 26 voos diários.
          As companhias aéreas Gol e Azul, anunciaram, em 24 de maio de 2024, um acordo de cooperação comercial que vai conectar as suas malhas aéreas no Brasil por meio de um “codeshare” (compartilhamento de voos). A parceria inclui as rotas domésticas exclusivas, ou seja, operadas por apenas uma das duas empresas.
(Fonte: Estadão - 08.06.2021 / 25.05.2024 - partes)

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