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6 de out. de 2011

Energisa

          Em 1905, José Monteiro Ribeiro Junqueira, João Duarte Ferreira e Norberto Custódio Ferreira fundam a Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina, com sede na cidade de Cataguases, Minas Gerais.
          Dois anos depois, em 1907, a  Cataguazes-Leopoldina foi a terceira sociedade anônima a obter registro na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Seus donos percorriam a cavalo o interior de Minas vendendo papeis para fazendeiros da região.
          Em 1908, a empresa inaugura sua primeira hidrelétrica, a Usina Maurício, com 800 kW de potência, uma das geradoras pioneiras do país e, em 1910, adquire os Serviços Elétricos de Muriaé (MG).
          A aquisição da Companhia Pombense de Eletricidade, em Rio Pomba (MG) e da Usina Coronel Domiciano, em Muriaé (MG) são levadas a cabo em 1918.
          Num Brasil ainda incipiente no capitalismo, a Cataguazes-Leopoldina se torna, em 1925, uma das primeiras empresas no mundo a dar participação aos empregados nos lucros.
          Em 1949, é adquirida a Empresa Força e Luz Além Paraíba, no município de Além Paraíba (MG).
          Em 1970, entra em operação a terceira turbina da Nova Usina Maurício, de 11,2 MW e é feita a aquisição de um Grupo Diesel para geração térmica, de 5,5 MW, em Cataguases. Sete anos depois, em 1977, é adquirida a Companhia Leste Mineira de Eletricidade, em Manhuaçu (MG).
          A Empreza Industrial Mirahy S.A., fornecedora de energia elétrica no município de Miraí (MG), é adquirida em 1994. Dois anos depois, em 1996, é adquirida a concessão do Município de Sumidouro (RJ) e é efetuada e repotenciação da Usina de Neblina, em Ipanema (MG).
          Em junho de 1997 é feita a aquisição em leilão da Companhia de Eletricidade de Nova Friburgo (CENF), atual Energisa Nova Friburgo, por R$ 56,2 milhões, em Nova Friburgo (RJ). No leilão de privatização, em dezembro, é  adquirida a a Energipe (Empresa Energética de Sergipe), atual Energisa Sergipe, por R$ 577,1 milhões, com 353 mil consumidores.
          Em 1998, é iniciada a operação da usina PCH Cachoeira do Emboque, de 21,4 MW, no município de Raul Soares (MG). Um ano depois, em 1999, é fundada a Cat-Leo Energia S.A., empresa de geração e construção de usinas hidrelétricas do então Sistema Cataguazes-Leopoldina. Em novembro do mesmo ano é adquirida a CELB (Companhia Energética da Borborema), em Campina Grande (PB), por R$ 87,4 milhões, em leilão de privatização. É dado início à operação da usina PCH Ervália, de 6,9 MW, no município de Ervália (MG).
          Em leilão de privatização, em novembro de 2000, é adquirida a Saelpa - Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba, por R$ 363,0 milhões.
          No final de 2003 e início do ano seguinte, os quase 100 anos de controle familiar teve a posição ameaçada. Um dos sócios da companhia, o grupo americano Alliant, entrou na Justiça reivindicando o controle da empresa com base em uma cláusula da Lei das S.A. que garante aos minoritários o direito de controle temporário da empresa caso esta deixe de pagar dividendos por três anos seguidos. Nos últimos três anos a Cataguazes registrara prejuízos em seus balanços provocados pela desvalorização cambial e pelo racionamento de energia. A briga entre os sócios teve início quando o grupo controlador - capitaneado pelo presidente da empresa Ivan Botelho, herdeiro de um dos fundadores - mudou o estatuto da companhia para evitar a perda de controle. Para isso, foi montada uma operação de redução de capital e determinado o pagamento de dividendos com uso da reserva de capital. A CVM se manifestou a favor dos controladores, mas a decisão final caberia à Justiça.
          Em 2004, entra em operação a PCH Ivan Botelho III. No mesmo ano a empresa expandiu seu know how em construção de usinas hidrelétricas para terceiros e para além das fronteiras de Minas, iniciando a construção de duas PCHS no Mato Grosso.
          Em 2006, o grupo comprou as oito distribuidoras do Grupo Rede. Na época, a companhia desbancou CPFL e Equatorial, favoritas na negociação, e se transformou na sexta maior empresa de distribuição do País (hoje, 2019, ela é a quinta maior).
          Em 2007, o Sistema Cataguazes-Leopoldina (SCL) conclui Plano de Desverticalização. A Energisa torna-se a holding do SCL e substitui a Cataguazes-Leopoldina na Bolsa. A Energisa aliena a Zona da Mata Geração, detentora de 11 pequenas centrais hidrelétricas (45 MW). 
          Em 2008, o Grupo Cataguazes-Leopoldina se transformou em Grupo Energisa e tem uma nova marca. Os acionistas do Grupo Energisa aprovaram as novas denominações sociais das suas subsidiárias. Todas as empresas passaram a ter o prefixo Energisa, além do nome que as identifica com a sua região de atuação ou atividade, consistentes com a unificação sob a nova marca Energisa. Dessa forma, as razões sociais passaram a ser as seguintes:
Energisa Minas Gerais - Distribuidora de Energia S.A., em substituição à CFLCL;
Energisa Nova Friburgo - Distribuidora de Energia S.A., em substituição à CENF;
Energisa Sergipe - Distribuidora de Energia S.A., em substituição à Energipe;
Energisa Borborema - Distribuidora de Energia S.A., em substituição à CELB;
Energisa Paraíba - Distribuidora de Energia S.A., em substituição à Saelpa;
Energisa Soluções S.A., em substituição à Cat-Leo Cise;
Energisa Comercializadora de Energia Ltda, em substituição à Cat-Leo Comercializadora de Energia Ltda;
Energisa Serviços Aéreos de Prospecção S.A., em substituição à Cataguazes Serviços Aéreos de Prospecção S.A.

          Em dezembro de 2011, a Energisa adquire duas termelétricas pertencentes à Tonon, localizadas nas usinas de Bocaina (SP) e Maracaju (MS), totalizando 60 MW de energia. Em novembro, a empresa adquiriu a PCH Cristina, localizada no Rio Lambari, no município de Cristina (MG), com potência instalada de 3,8 MW
          Em 11 de abril de 2014, é concluída a transferência do controle acionário do Grupo Rede para a Energisa. Com a aquisição, a Energisa passa a atender a aproximadamente seis milhões de consumidores, ou uma população de 15 milhões de pessoas, em 788 municípios de nove estados (MG, RJ, SE, PB, MS, MT, TO, PR e SP), em todas as regiões do país.
          Em leilão de privatização realizado em 30 de agosto de 2018 pela Eletrobras, duas das três distribuidoras ofertadas foram arrematadas pela Energisa, da família Botelho: a Ceron, de Rondônia e a Eletroacre. Vendidas pelo valor simbólico de R$ 50 mil, as distribuidoras deficitárias receberão investimentos pesados nos próximos anos na melhoria da qualidade do serviço.
          Em 28 de dezembro de 2018, a Energisa anunciou o ingresso do Itaú Unibanco como acionista minoritário da Energisa Participações, uma sociedade de propósito específico que possui participação no capital de outras sociedades, com o banco realizando um aporte de R$ 600 milhões.
          Em junho de 2019, a Energisa debutou na geração e distribuição de energia solar ao comprar a Alsol Energias Renováveis do grupo Algar, por R$ 11,7 milhões. A compra foi de uma fatia de 87%. A Algar continua com 10% de participação e 3% vão para Gustavo Buiatti, o fundador da empresa, que passa a ser o diretor de tecnologia do novo negócio.
          Em fins de janeiro de 2022, o grupo Energisa aderiu ao fundo Floresta Viva, lançado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para investir em restauração florestal. A companhia prevê direcionar R$ 5 milhões em ações de restauração no Pantanal e Amazônia, onde atua em geração de energia a partir de fontes renováveis e distribuição de energia elétrica. O aporte soma R$ 10 milhões em investimentos nos programas de reflorestamento.
          Em 31 de janeiro de 2022, a Energisa anunciou a compra, por meio de sua subsidiária Alsol, da Vision, empresa especializada na geração de energia solar em pequenas usinas. Com a transação, fechada por R$ 75,6 milhões, a Energisa passa a operar até 41 unidades de geração, que podem agregar até 136 megawatts ao portfólio da Alsol, que hoje é de 77 megawatts.
          Em 18 de fevereiro de 2022, a Energisa Transmissão adquiriu a Gemini Energy, detida pelos fundos de investimento Power e Perfin Apollo 14, por R$ 822,5 milhões.
          Nas mãos da família fundadora, a centenária empresa hoje é comandada por Ricardo Botelho, que ocupa o cargo de presidente.
          Em leilão de transmissão realizado em 30 de junho de 2022, a Energisa arrematou o Lote 12 (1 instalação no estado do Amazonas) com valor RAP de R$ 17.684.000,00 e deságio de (-) 45,26% abaixo do valor de referência.
          Em 1º de dezembro de 2022, a Energisa informou que os acionistas da Energisa Minas Gerais Distribuidora de Energia (EMG) e da Energisa Nova Friburgo Distribuidora de Energia (ENF) aprovaram a incorporação societária da ENF pela EMG.
          A empresa possui, considerando dados de setembro de 2023, 12 concessões de transmissão em nove estados, das quais oito estão operacionais e quatro em construção. Apesar do investimento, o segmento de transmissão ainda representa apenas uma pequena parcela da receita da empresa.
(Fonte: site da empresa / revista Exame - 18.02.2004 / PressReader.com - 31.08.2018 / jornal Valor - 28.12.2018 / IstoÉDinheiro 25.01.2019 / Valor - 18.06.2019 / 27.01.2022 / Eleven Financial - 01.02.2022 / Valor - 18.02.2022 / G1 - 30.06.2022 / 02.12.2022 / Valor - 05.09.2023 - partes)

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