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6 de out. de 2011

Golden Cross

          A operadora de planos de saúde Golden Cross foi fundada por Milton Afonso por volta de 1973. Por mais de 20 anos, a família imprimiu a seus negócios ritmo semelhante ao da Igreja Adventista, da qual é uma das mais ilustres ovelhas no Rio de Janeiro.
          As portas da empresa estavam sempre abertas para quem se dispusesse a trabalhar, e demissões não faziam parte de seu credo. Foi assim que a Golden Cross se tornou a maior empresa de assistência médica do país. Mas foi também percorrendo esse caminho piedoso que ela se transformou numa empresa pesada e ineficiente.
          Em 1991, a empresa já apresentava fortes sinais de que estava emperrada. Milton Afonso já colocara seu filho Paulo na presidência para iniciar o processo de mudanças. Desde o início do programa de reestruturação, a Golden Cross poupou os empregados. Mas o alto custo dos serviços médicos, que em 1992, consumiram cerca de 77% da receita, teria convencido a família Afonso a entregar os anéis para não perder os dedos.
          Em 1993, com faturamento aproximado de 518 milhões de dólares, tinha 17.000 funcionários e uma congestionada pirâmide de cargos de chefia. A burocracia no atendimento a seus 2,6 milhões de clientes era visível e deteriorou os serviços. Daí, a passar para frequente destaque na lista de consumidores do Procon foi um passo.
          A reorganização atacou primeiro o excesso de níveis hierárquicos. Abaixo dos gerentes, proliferavam chefes, subchefes e coordenadores. Tal excesso foi em parte produto da cultura da empresa, na qual o bom funcionário era premiado com promoções. Para pôr ordem na casa foram extintos todos os cargos abaixo das gerências. Os atendentes ganharam mais autonomia.
          O próximo passo foi atacar o excesso de burocracia que atingia a rede própria de atendimento, formada por dezenove hospitais, 76 centros médicos e quatro laboratórios.
          Em 1997, a companhia foi adquirida pela americana Cigna e escapou por um triz da falência dois anos depois, quando a controladora entendeu que já havia perdido dinheiro demais no Brasil (US$ 320 milhões), fez as malas e foi embora.
          Mas a Golden Cross recolocou suas contas no azul e reencontrou o caminho do lucro. Abandonada pela controladora e endividada até o pescoço, a empresa passou por uma faxina geral, que culminou na redução de sua carteira de dois milhões de vidas para cerca de 500 mil, concentradas em planos empresariais.
          Em setembro de 2013, após ter limitado a venda de novos planos de saúde familiares e individuais, a Golden Cross deixou de vez esse mercado. A companhia vendeu toda sua carteira desse tipo de plano, médicos e odontológicos, para a Unimed-Rio. A operação foi aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), após validação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
          Considerando dados de setembro de 2022, a Golden Cross tem cerca de 200 mil usuários,
(Fonte: revista Exame - 04.08.1993 / IstoÉDinheiro - 16.08.2006 / DCI - 23.09.2013 / Valor - 12.09.2022 - partes)

Um comentário:

bercast disse...

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