A Britânia foi fundada em 1956 em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A empresa se estabeleceu inicialmente como fabricante de móveis e suporte para televisão. Seu fundador, Perci Isaacson permaneceu no comando até 1995 quando se afastou da empresa por problemas de saúde.
A sucessão passou diretamente da primeira para a terceira geração. Os dois filhos de Isaacson abriram mão da administração da empresa familiar. Coube ao neto, César Isaacson Buffara, assumir o controle. Quando começou a dirigir a Britânia, Buffara tinha 24 anos, mas não era um iniciante. Desde 1990, trabalhava na sede da empresa, rodeada por enormes jardins concebidos pelo paisagista Burle Marx. O avô vinha preparando-o para assumir o comando, e o rapaz já havia passado por todos os setores da empresa. Sua irmã Marcela, nascida em 1975, ocupava a diretoria de marketing.
O principal desafio de Buffara era enfrentar a concorrência estrangeira, principalmente dos produtos Made in China, que desembarcara com força total no Brasil depois da abertura do mercado no início da década de 1990. Ao inundar o mercado brasileiro com produtos baratos, os fabricantes chineses capturaram justamente o público ao qual os produtos da Britânia se dirigiam. Os importados com marcas pouco conhecidas chegaram a representar 20% das vendas nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (o volume foi caindo gradualmente, por problemas de qualidade, falta de assistência técnica e com a crise cambial de 1999. Alguns anos depois não passava de 5%).
Em fevereiro de 2002, Buffara ficou impressionado com a notícia que acabara de ler nos jornais: a Receita Federal havia apreendido mais de 100 contêineres com equipamentos de som contrabandeados. Já fazia algum tempo que Buffara pensava em diversificar sua linha de produção - até então concentrada em secadores de cabelo, ventiladores, cafeteiras e liquidificadores. "Aquele era um bom momento para entrar no mercado de áudio. Importadores independentes estavam enfrentando problemas com a Receita e o mercado ficava desabastecido", disse Buffara.
Poucos dias depois rumou para a China, onde iria tentar encontrar um fornecedor de equipamentos de áudio que estampasse em seus produtos a marca Britânia. Cinco meses depois, a Britânia estreava no mercado de equipamentos de som portáteis com radiogravadores com CD-player, microsystems e discman - todos produzidos pela chinesa Ngai Lik, em sua fábrica na província de Guangdong.
Concomitantemente, as equipes de desenvolvimento da Britânia bolaram novidades para voltar ao mercado. A ideia era reposicioná-la como um fabricante de eletrodomésticos portáteis com preços intermediários - ligeiramente mais baixos que os das líderes Walita e Arno, mas acima das marcas menos conhecidas. A ampliação da linha de produtos se tornou possível com investimentos nos processos industriais, com automação das linhas de produção. A Britânia consolidou-se como uma das principais marcas de eletroportáteis do país, ao lado da Walita e da Arno.
(Fonte: revista Exame - 06.08.2003)
A sucessão passou diretamente da primeira para a terceira geração. Os dois filhos de Isaacson abriram mão da administração da empresa familiar. Coube ao neto, César Isaacson Buffara, assumir o controle. Quando começou a dirigir a Britânia, Buffara tinha 24 anos, mas não era um iniciante. Desde 1990, trabalhava na sede da empresa, rodeada por enormes jardins concebidos pelo paisagista Burle Marx. O avô vinha preparando-o para assumir o comando, e o rapaz já havia passado por todos os setores da empresa. Sua irmã Marcela, nascida em 1975, ocupava a diretoria de marketing.
O principal desafio de Buffara era enfrentar a concorrência estrangeira, principalmente dos produtos Made in China, que desembarcara com força total no Brasil depois da abertura do mercado no início da década de 1990. Ao inundar o mercado brasileiro com produtos baratos, os fabricantes chineses capturaram justamente o público ao qual os produtos da Britânia se dirigiam. Os importados com marcas pouco conhecidas chegaram a representar 20% das vendas nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos (o volume foi caindo gradualmente, por problemas de qualidade, falta de assistência técnica e com a crise cambial de 1999. Alguns anos depois não passava de 5%).
Em fevereiro de 2002, Buffara ficou impressionado com a notícia que acabara de ler nos jornais: a Receita Federal havia apreendido mais de 100 contêineres com equipamentos de som contrabandeados. Já fazia algum tempo que Buffara pensava em diversificar sua linha de produção - até então concentrada em secadores de cabelo, ventiladores, cafeteiras e liquidificadores. "Aquele era um bom momento para entrar no mercado de áudio. Importadores independentes estavam enfrentando problemas com a Receita e o mercado ficava desabastecido", disse Buffara.
Poucos dias depois rumou para a China, onde iria tentar encontrar um fornecedor de equipamentos de áudio que estampasse em seus produtos a marca Britânia. Cinco meses depois, a Britânia estreava no mercado de equipamentos de som portáteis com radiogravadores com CD-player, microsystems e discman - todos produzidos pela chinesa Ngai Lik, em sua fábrica na província de Guangdong.
Concomitantemente, as equipes de desenvolvimento da Britânia bolaram novidades para voltar ao mercado. A ideia era reposicioná-la como um fabricante de eletrodomésticos portáteis com preços intermediários - ligeiramente mais baixos que os das líderes Walita e Arno, mas acima das marcas menos conhecidas. A ampliação da linha de produtos se tornou possível com investimentos nos processos industriais, com automação das linhas de produção. A Britânia consolidou-se como uma das principais marcas de eletroportáteis do país, ao lado da Walita e da Arno.
(Fonte: revista Exame - 06.08.2003)
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