A fabricante de equipamentos para automação comercial Bematech foi fundada por Wolney Betiol e Marcel Malczewski, jovens recém saídos da universidade, que usaram as primeiras duas letras de seus sobrenomes para, adicionando a hoje tão comum "tech", formar o nome da empresa. Foi fundada em 1990, em São José dos Pinhais, no Paraná.
A empresa cresceu no mercado de impressoras de cupons fiscais e bateu concorrentes internacionais, como IBM e Epson. Em 2006, segundo dados do instituto Clarendon, chegou a 62% de participação nesse mercado. O passo seguinte seria oferecer o sistema completo de automatização, dos leitores de código de barras aos programas que rodam nos computadores dos pontos-de-venda. E foi aí que começaram os problemas. Apenas quatro meses antes da abertura de capital, a Bematech fez duas aquisições. A primeira foi a GSR7, prestadora de serviços de tecnologia. A segunda foi a Gemco, especializada em software.
A empresa estreou na Bovespa (hoje B3) em 18 de abril de 2007, com as ações fixadas em 15 reais. A companhia captou 406 milhões de reais com a oferta pública inicial e tinha tudo para desfrutar da lua-de-mel que o mercado vivia com o setor de tecnologia havia quase dois anos - como indicavam as estreias bem-sucedidas da Totvs, de sistemas de gestão empresarial, e da Positivo Informática, fabricante de computadores. Mas nem tudo saiu como previsto e a Bematech passou a enfrentar uma série de tombos.
Precisou rebaixar sua meta de crescimento e foi surpreendida na sequência pela crise dos créditos imobiliários nos Estados Unidos. Os investidores internacionais, que representam mais de 60% de seus acionistas, fugiram. O resultado foi uma ação negociada a pouco mais de 7 reais em fins de abril de 2008. E olha que o fundo do poço da crise ainda estava no futuro. Foi em setembro de 2008 que aconteceu a quebra do Lehman Brothers quando o crédito do mundo inteiro desapareceu.
Com a compra da GSR7 e da Gemco, a estratégia de crescimento estava clara, mas não resistiu ao teste de realidade. "A Gemco deu um passo maior do que as pernas", disse Marcel Malczewski, presidente da Bematech. Com novos grandes clientes - Shell, Magazine Luiza, Drogão, Supermercados Mambo, entre outros -, a empresa não conseguiu entregar o que prometera. Malczewski teve de tomar uma decisão drástica: fechou a unidade de software para balanço e simplesmente parou de vender. O fundador da Gemco, Nelson Massud, deixou a empresa no meio do ano de 2007, meses antes do previsto.
O desafio passou a ser convencer os investidores de que a Bematech podia, sim, ser uma fornecedora integrada de equipamentos de ponto-de-venda, capaz de repetir em software e serviços a competência demonstrada na venda de hardware.
Em 2015, a Bematech foi adquirida pela Totvs, numa operação que movimentou R$ 550 milhões em dinheiro e ações.
(Fonte: revista Exame - 07.05.2008 - parte)
A empresa cresceu no mercado de impressoras de cupons fiscais e bateu concorrentes internacionais, como IBM e Epson. Em 2006, segundo dados do instituto Clarendon, chegou a 62% de participação nesse mercado. O passo seguinte seria oferecer o sistema completo de automatização, dos leitores de código de barras aos programas que rodam nos computadores dos pontos-de-venda. E foi aí que começaram os problemas. Apenas quatro meses antes da abertura de capital, a Bematech fez duas aquisições. A primeira foi a GSR7, prestadora de serviços de tecnologia. A segunda foi a Gemco, especializada em software.
A empresa estreou na Bovespa (hoje B3) em 18 de abril de 2007, com as ações fixadas em 15 reais. A companhia captou 406 milhões de reais com a oferta pública inicial e tinha tudo para desfrutar da lua-de-mel que o mercado vivia com o setor de tecnologia havia quase dois anos - como indicavam as estreias bem-sucedidas da Totvs, de sistemas de gestão empresarial, e da Positivo Informática, fabricante de computadores. Mas nem tudo saiu como previsto e a Bematech passou a enfrentar uma série de tombos.
Precisou rebaixar sua meta de crescimento e foi surpreendida na sequência pela crise dos créditos imobiliários nos Estados Unidos. Os investidores internacionais, que representam mais de 60% de seus acionistas, fugiram. O resultado foi uma ação negociada a pouco mais de 7 reais em fins de abril de 2008. E olha que o fundo do poço da crise ainda estava no futuro. Foi em setembro de 2008 que aconteceu a quebra do Lehman Brothers quando o crédito do mundo inteiro desapareceu.
Com a compra da GSR7 e da Gemco, a estratégia de crescimento estava clara, mas não resistiu ao teste de realidade. "A Gemco deu um passo maior do que as pernas", disse Marcel Malczewski, presidente da Bematech. Com novos grandes clientes - Shell, Magazine Luiza, Drogão, Supermercados Mambo, entre outros -, a empresa não conseguiu entregar o que prometera. Malczewski teve de tomar uma decisão drástica: fechou a unidade de software para balanço e simplesmente parou de vender. O fundador da Gemco, Nelson Massud, deixou a empresa no meio do ano de 2007, meses antes do previsto.
O desafio passou a ser convencer os investidores de que a Bematech podia, sim, ser uma fornecedora integrada de equipamentos de ponto-de-venda, capaz de repetir em software e serviços a competência demonstrada na venda de hardware.
Em 2015, a Bematech foi adquirida pela Totvs, numa operação que movimentou R$ 550 milhões em dinheiro e ações.
(Fonte: revista Exame - 07.05.2008 - parte)
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