Congestionamentos são habituais nas noite do Itaim. Nas 98 ruas do bairro, existem mais de 100 opções de bares, restaurantes e baladas frequentadas por um público cheio de disposição juvenil para varar a noite. No número 446 da rua Jerônimo da Veiga, estava a casa noturna Passatempo, ou "Passa", para os habitués. Por lá, estacionavam os mesmos modelos de carros luxuosos que circulam na região e, deles, desembarcavam mulheres de minissaia com os cabelos longos escovados e homens de calça jeans grifada com topete moldado com gel.
Inaugurada em 1992, a boate era uma das mais antigas da cidade (perdia para o Café Piu Piu, então com 31 anos, e para a Biroska, com 45), uma longevidade rara em um mercado efêmero, em que as casas fecham as portas ou passam por uma repaginada após três anos. Mas, em 20 de dezembro de 2014, o Passatempo apagou as luzes. "A noite mudou. O público trocou a Cavalgada do Roberto Carlos pelo "cavalinho" do funk, e eu me cansei", lamenta Lilia Klabin, a proprietária. Ela é uma das herdeiras da Klabin, a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do país. Quando terminou seu casamento, decidiu comprar a boate que frequentava, a Sun Flash, e abrir no local o bar. Teria feito esse investimento por amor à MPB, pois, se precisasse viver disso já teria fechado as portas há tempo.
No Passatempo tudo era entoado ao vivo. Quatro bandas por noite se revezavam no palco. Em ocasiões especiais, subiam ao palco figurões da MPB com Alcione, Toquinho e Sidney Magal.
Poderia ser simplesmente o fim do empreendimento, como tantos outros que ficam apenas na lembrança dos ex-frequentadores. Mas, em meados de novembro de 2016, os sócios Maurício Neves e o deputado federal Guilherme Mussi abrem no mesmo endereço uma casa voltada para solteirões ricos, com o mesmo perfil de clientes e a mesma brigada de garçons de gravata-borboleta. O nome? Passa. A empresária Lilia Klabin, fundadora da balada original, entrou com uma ação exigindo a troca de nome. Neves defende-se argumentando que há mais de dez empresas com registros iguais. E, não se sabe se para alfinetar, mas explica que mudaram o cardápio e a decoração "para acabar com o ar decadente" (acontece que a casa está fechada há quase dois anos). Lilia não teria procurado a Justiça apenas por vaidade intelectual. Ela estaria em busca de um imóvel no mesmo bairro para reabrir o Passatempo.
Poderia ser simplesmente o fim do empreendimento, como tantos outros que ficam apenas na lembrança dos ex-frequentadores. Mas, em meados de novembro de 2016, os sócios Maurício Neves e o deputado federal Guilherme Mussi abrem no mesmo endereço uma casa voltada para solteirões ricos, com o mesmo perfil de clientes e a mesma brigada de garçons de gravata-borboleta. O nome? Passa. A empresária Lilia Klabin, fundadora da balada original, entrou com uma ação exigindo a troca de nome. Neves defende-se argumentando que há mais de dez empresas com registros iguais. E, não se sabe se para alfinetar, mas explica que mudaram o cardápio e a decoração "para acabar com o ar decadente" (acontece que a casa está fechada há quase dois anos). Lilia não teria procurado a Justiça apenas por vaidade intelectual. Ela estaria em busca de um imóvel no mesmo bairro para reabrir o Passatempo.
(Fonte: revista Veja São Paulo - 03.12.2014 / 30.11.2016 - partes)
Passatempo
Passatempo também é uma marca de biscoito, pertencente à gigante suíça do setor de alimentos Nestlé.
Passatempo
Passatempo também é uma marca de biscoito, pertencente à gigante suíça do setor de alimentos Nestlé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário