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6 de out. de 2011

Faber-Castell

     No século XIX, quando nem se falava em responsabilidade socioambiental, a Faber-Castell provavelmente surpreendeu o mundo corporativo ao criar creches, planos de saúde e abrir poupança para os seus trabalhadores. No início do século XX, época em que a consciência a respeito dos limites naturais era mínima, a empresa deu início ao processo de tratamento e reúso dos solventes de pintura e passou a utilizar resíduos da produção para a geração de energia.
     Fundada em 1761, na Alemanha, pelo marceneiro Kaspar Faber, quando ele fabricou o primeiro lápis de chumbo, a Faber-Castell é uma das companhias mais antigas e tradicionais do mundo. Um exemplo do apego à tradição é o fato de ter na presidência o conde Anton Wolfgang Graf von Faber-Castell, representante da oitava geração da família fundadora. Kaspar Faber, era bisavô do trisavô do conde Anton Wolfgang.
     O trisavô de Anton Wolfgang, o barão Lothar von Faber, ao assumir os negócios da família, em 1839, possibilitou pela primeira vez que o lápis pudesse se tornar um acessório de qualidade superior. Anton Wolfgang tomou então como desafio a redescoberta de produtos do passado e o resultado foi a coleção Graf von Faber-Castell: lápis, canetas e acessórios que combinam materiais selecionados, como platina e madeiras raras, e alto grau de funcionabilidade.
     Para provar que seus lápis são os melhores do mundo, o conde Anton Wolfgang convidou quinze jornalistas ao castelo de sua família, em Stein, na Alemanha, para testemunhar uma prova de resistência. Do topo de uma das torres, a 30 metros de altura, atirou 144 lápis. Nenhum se quebrou, segundo ele.
     A empresa comemora a conquista do selo Forest Stewardship Council (FSC) para 95% da madeira utilizada na produção dos seus lápis, o ecolápis, em todo o mundo. Maior fabricante de lápis do mundo - atualmente são produzidas cerca de 2 bilhões de unidades - a Faber-Castell tem três fábricas no Brasil, onde chegou em 1930 e tem o maior número de funcionários, cerca de 3.000. Em São Carlos (SP), Prata (MG) e Manaus. A operação brasileira é fundamental na manutenção da liderança de mercado e no projeto de sustentabilidade da empresa no mundo. É responsável por 65% da produção total e exporta a maior parte dos 7 milhões de lápis fabricados por dia para cerca de 70 países. Além disso, responde por 40% do faturamento global. Os produtos da marca estão presentes em 69 mil pontos de venda no país. A companhia responde por 57% de mercado de lápis de cor do Brasil e 43% do lápis grafite.
     Os lápis continuam sendo o carro chefe da companhia - eram os preferidos de Van Gogh - incluindo os produzidos para algumas das principais marcas de cosméticos do Brasil e do mundo. A Faber-Castell também aposta na diversificação de portfólio, que tem cerca de mil itens. Além de uma ampla linha de material escolar e para escritório, a empresa disputa o segmento de brinquedos educativos com a Creativity for Kid, comercializada no Brasil desde 2004.
(Fonte: Valor - 17.05.2011 - pág. F6 - parte / Veja 12.09.2007 - parte)

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