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6 de out. de 2011

Gillette

           King Camp Gillette era vendedor de tampas de garrafa quando, com 40 anos, em 1895, inventou a lâmina de barbear descartável, o primeiro objeto humano para usar e jogar fora.  Enquanto se barbeava com uma navalha, reparou que só utilizava o gume e teve a ideia de produzir pequenas lâminas descartáveis apoiadas num suporte recarregável. No século XIX, os homens faziam barba às quartas e sábados - em casa ou nos barbeiros. Em 1901 foi fundada a empresa e o novo sistema de barbear foi patenteado e em 1926, a Gillette Safety Razor Company, de Boston, fabricava 2,1 milhões de lâminas por dia.
          Em 1955, a Gillette comprou a Paper Mate e tudo foi bem durante anos, até que o mercado começou a dar preferência para canetas descartáveis. A Gillette passou então a fabricar produtos com margens de comercialização maiores. Deu certo, usando a marca Parker Pen.
           Somente em 1952 passa a denominar-se The Gillette Company e a maior demonstração de flexibilidade e força da Gillette deu-se nos anos 1960, quando a rival Wilkinson Sword lançou as primeiras lâminas de aço inoxidável, mais resistentes e duráveis. No entanto, a Gillette prosseguiu a sua estratégia de desenvolvimento de novos produtos, mantendo a liderança com a Gillette Sensor e a Gillette Sensor Excel e apostando nas mulheres, com a Gillette Satin Care for Women. No Sensor para mulheres, lançado em 1992, a Gillette pela primeira vez projetou um produto específico para esse mercado depois de ouvir consumidoras durante nove meses para saber o que elas queriam encontrar num depilador.
          Em 1991, o executivo Alfred Zeien assumiu o comando da Gillette, quando Colman Mockler, então o principal executivo, foi fulminado por um enfarte em sua mesa de trabalho, dez meses antes da aposentadoria. Sob a batuta de Mockler, a Gillette lançou o aparelho de barbear Sensor, um sucesso estrondoso. A Gillette também produz artigos de higiene pessoal, como desodorante e cremes de barbear, além de canetas (Parker Pen), escovas de dentes e produtos elétricos. Em 1994, das 20 bilhões de lâminas vendidas anualmente no mundo, 33% levavam a marca da Gillette. No setor de barbeadores elétricos e eletrodomésticos a Gillette é dona da marca Braun.
          De seu escritório, instalado no 48º andar de um edifício de escritórios, Zeien pode ver o centro de Boston e também a fábrica da empresa na Zona Sul da cidade. Em seus laboratórios são projetadas as futuras gerações de produtos de barbear. Para Zeien, é ali que bate o coração da Gillette.
          Uma enxurrada de novos produtos, incluindo a nova cafeteira, a FlavorSelect, o barbeador elétrico Flex Control e uma nova linha de produtos dentais da divisão Oral-B, adicionou mais de 500 milhões de dólares em vendas de 1990 a 1994.
           Em 2005, a Gillette foi adquirida pela gigante americana Procter & Gamble (vide origem da marca P&G neste blog) pelo expressivo valor de US$ 57 bilhões. A Gillette possui 31 fábricas em 14 países e no Brasil tem unidade em Manaus. Como empresa, deixou de existir em 2005. Como marca (agora da P&G) mais abrangente geograficamente, está presente em mais de 200 países e territórios.
           Hoje, um bilhão de pessoas usam algum tipo de lâmina da marca todos os dias. Mas, sob a marca Gillette também são produzidos creme de barbear, pós-barba, desodorante e, em alguns países, perfumes.
(Fonte: revista Exame - 14.09.1994 / revista Carta Capital - 20.06.2001 - Pág. 64 - partes)

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