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6 de out. de 2011

Café Dominium

          O Café Dominium (Dominium S.A. Café Solúvel) teve seu auge a partir de 1965 e foi o primeiro café solúvel brasileiro a ser exportado. Quem passava pela avenida Interlagos na zona sul de São Paulo, na altura do número 800, certamente se deliciava com o aroma característico e muito gostoso do café.
          Por volta de 1985 a empresa foi à falência. Mas funcionou até os últimos anos da década de 1990. Em 1992, numa operação praticamente inédita na História do país, a Branco Perez, uma trading privada de São Paulo, mais conhecida por sua atuação na área de cítricos, importava café em grão da Costa do Marfim para transformá-lo em solúvel nas instalações da Dominium. Era para atender volumosos pedidos que vinham sendo feitos por clientes do Leste Europeu.
          Em 23 de julho de 2000, após a devida interrupção do trânsito, ouve-se dois tremendos estrondos: 100 quilos de dinamite reduziram a escombros, em apenas 30 segundos de duração, o complexo de prédios, três de 40 metros de altura e dois de 15 metros.
          Ao ouvir os estrondos e contemplar a densa nuvem de poeira, dona Eulália Cardoso, moradora de um prédio em frente à fábrica, comenta: "Foi bonito e triste ao mesmo tempo. Vou sentir saudade daquele cheiro de café".
          Eram os últimos vestígios da empresa de café, que daria lugar ao campus da Faculdade Magister, com seus 70 mil metros quadrados de área. O local foi adquirido em leilão por cerca de R$ 10 milhões.
          Por volta de 2015, a Faculdade não mais estava presente naquele local, dando lugar a um portentoso (e elegante) condomínio de sete torres residenciais.
(Fonte: revista Exame - 23.12.1992 / jornal Folha de S.Paulo - 24.07.2000 - partes)

Um comentário:

Anônimo disse...


O texto acima não está correto. Essa empresa fechou, não sei por qual motivo no início dos anos 1970.
Lembro que passei por lá nessa época e um dos guardas me disse que a empresa estava fechada e sob intervenção federal.

Eu me lembro quando essa empresa começou a funcionar por volta de 1965.
Logo vimos as consequências: as águas de um riacho que passava perto logo ficaram pretas. O resíduo de café processado simplesmente era descartado nos terrenos vazios da redondeza, áreas que não eram de propriedade da empresa. O dia todo víamos caminhões basculantes saírem da empresa procurando um lugar qualquer para jogar os resíduos.
Lembro de grandes áreas, atrás de onde hoje fica o Shopping Interlagos, totalmente cobertas por pilhas de material preto fumegante e cheirando.
Na época não havia Cetesb nem consciência ambiental e ninguém reclamava.

Tinha que ir pro inferno essa empresa poluidora. Ela e seus proprietários.